Lady Marmalade

Sabores que Guardam a Estação: Marmeladas e Geleias para Conservar o Amor (Marmelada de Laranja, Geleia de Amora, Geleia de Pêssego, Geleia de Abacaxi)

O tempo tem sabor.

Sabe a fruta madura, ao tacho ao lume, ao açúcar que se dissolve lentamente como as saudades. Sabe a colher que raspa o fundo do frasco quando o Inverno chega e precisamos do Verão guardado numa fatia de pão quente.

Fazer geleias e marmeladas não é apenas cozinhar. É um acto de cuidado. De não desperdiçar. De fazer durar.

Aqui em casa, fazemos compotas como quem escreve cartas. Cada frasco é uma história selada com fervura, onde a fruta fresca se transforma numa promessa doce.

Hoje trago-te quatro receitas simples, práticas, e que podem perfeitamente ser feitas numa tarde tranquila. Pões uma música suave, esterilizas os frascos, e deixas que o cheiro da fruta a ferver tome conta da casa.


Marmelada de Laranja – o sol em conserva

Esta marmelada é um raio de sol engarrafado. Perfeita para os dias cinzentos, para os pequenos-almoços de Inverno e para os bolos de iogurte que pedem algo mais.

Ingredientes:

  • 3 laranjas grandes, sem sementes
  • 1 limão (sumo)
  • 1 litro de água
  • 600 g de açúcar branco

Preparação:

Lava bem as laranjas, corta-as em quartos (com casca, sem sementes) e coloca-as numa panela com 1 litro de água. Deixa ferver durante 30 minutos em lume médio, até amolecerem. Retira do lume, tritura tudo com a varinha mágica ou num processador e volta a levar ao lume, juntando o sumo do limão e o açúcar. Mexe bem. Cozinha em lume brando, mexendo de vez em quando, até engrossar (cerca de 30-40 minutos). Verte ainda quente em frascos esterilizados.


Geleia de Amora – doçura com espinhos

As amoras lembram-nos que a vida tem espinhos, mas também colheitas generosas. Esta geleia é equilibrada, intensa, com um leve toque cítrico.

Ingredientes:

  • 400 g de amoras frescas ou congeladas
  • 400 g de açúcar branco
  • 2 colheres de sopa de sumo de limão
  • ½ colher de chá de raspa de limão

Preparação:

Num tacho, junta as amoras com o açúcar e o sumo de limão. Deixa repousar durante 10 minutos para que soltem os seus sucos. Leva ao lume médio e deixa ferver, mexendo de vez em quando. Reduz com a varinha mágica e, se preferires uma textura mais fina, coa com um passador. Junta as raspas de limão. Cozinha até obter ponto de geleia (quando escorre lentamente da colher). Verte em frascos esterilizados ainda quente.


Geleia de Pêssego – ternura que se espalha

Esta receita tem cheiro a fim de tarde em Agosto. É delicada, perfumada e levemente adocicada – perfeita para quem aprecia sabores suaves com um toque de baunilha.

Ingredientes:

  • 400 g de pêssegos maduros, sem pele nem caroço
  • 200 g de açúcar branco
  • 2 colheres de sopa de sumo de limão
  • ½ colher de chá de extracto de baunilha

Preparação:

Corta os pêssegos em pedaços e coloca-os numa panela com o açúcar e o sumo de limão. Cozinha em lume médio durante 15 minutos. Tritura com a varinha mágica até obteres um creme. Junta o extracto de baunilha e deixa ferver mais 10-15 minutos, mexendo. Assim que a textura estiver espessa, verte em frascos esterilizados e fecha bem.


Geleia de Abacaxi com Gengibre – energia tropical

É uma explosão tropical com um leve calor picante do gengibre. Revigorante. Desperta os sentidos e combina lindamente com queijos ou pratos exóticos.

Ingredientes:

  • 400 g de abacaxi fresco picado
  • 200 g de açúcar branco
  • 1 colher de sopa de sumo de limão
  • 1 colher de chá de gengibre fresco ralado

Preparação:

Num tacho, coloca o abacaxi com o açúcar e o sumo de limão. Leva a lume médio e deixa cozinhar por 20 minutos. Junta o gengibre ralado e cozinha por mais 10 minutos. Se quiseres uma textura mais lisa, tritura ligeiramente. Quando atingir o ponto de geleia, retira do lume e verte em frascos esterilizados.


Conservar é um acto de Amor

Estas receitas não são apenas formas de usar fruta que está a amadurecer depressa demais. São gestos de cuidado, de memória e de consciência. Conservamos não apenas o alimento, mas também o tempo — o tempo que passámos a colher, a mexer, a esperar que a colher de pau desenhe um sulco no tacho.

Que estas compotas te sirvam de presente e de alimento. Que sejam mais do que doces: que sejam lembretes de uma vida vivida com intenção.

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